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O que não pode faltar no seu relatório médico para solicitar benefício junto ao INSS

Quando um trabalhador precisa solicitar um benefício por incapacidade junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a apresentação de um relatório médico sólido é fundamental. Esse documento é a principal comprovação médica que sustentará o pedido e pode fazer a diferença na análise e na decisão do órgão. Contudo, para que o relatório cumpra sua função, ele precisa conter informações específicas, atualizadas e assinadas por um especialista devidamente habilitado. Neste artigo, vamos detalhar o que não pode faltar no seu relatório médico para dar entrada no pedido do seu benefício no INSS, explicando cada item essencial, a importância da atualização, o papel do médico especialista e o detalhamento das limitações geradas pela doença.


A importância de um relatório médico atualizado para o INSS

O INSS exige que o relatório médico esteja atualizado, preferencialmente com um prazo máximo de 90 dias anteriores à data do pedido do benefício. Essa medida garante que as informações refletidas no documento correspondam à condição atual do paciente, evitando possíveis divergências entre o quadro apresentado e a situação real da doença ou incapacidade. Um relatório desatualizado pode levar à indeferimento do pedido, atrasos na concessão do benefício ou até mesmo solicitações de nova perícia médica.


O médico especialista deve ser o emissor do relatório

Para que o relatório médico tenha maior credibilidade e validade, ele deve ser emitido por um profissional que seja especialista naquela área da medicina relacionada à doença ou condição apresentada. Por exemplo, se o ou a solicitante apresenta problemas ortopédicos, o relatório deve ser elaborado por um ortopedista; em casos de distúrbios neurológicos, por um neurologista. Isso porque o médico especialista tem maior conhecimento técnico para analisar o quadro clínico, interpretar exames e descrever com precisão as limitações funcionalmente relevantes da enfermidade.


Elementos essenciais que o relatório médico deve conter

  1. Identificação completa do paciente
    O relatório deve trazer os dados pessoais do paciente, como nome completo, número do CPF, data de nascimento, e, quando possível, o número do benefício caso já tenha sido iniciado algum processo. Essas informações garantem a individualização do documento, evitando confusões e agilizando o trâmite no INSS.
  2. Descrição detalhada da doença e base em exames
    O laudo precisa detalhar a doença ou condição que afeta o paciente, incluindo seu histórico, evolução e os sintomas apresentados. Fundamentalmente, o diagnóstico deve estar embasado em exames clínicos, laboratoriais e de imagem que confirmem a existência da enfermidade. Esses exames ajudam a fundamentar o quadro clínico descrito e servem como prova documental da doença.
  3. Classificação da doença pelo CID (Código Internacional de Doenças)
    A inclusão do CID é obrigatória e facilita a identificação exata da enfermidade diagnosticada. O CID também é um parâmetro internacionalmente reconhecido que facilita a análise do caso pelas equipes médicas e administrativas do INSS.
  4. Atualização do relatório com data clara
    O documento deve conter a data da consulta e do laudo, evidenciando que está dentro do prazo máximo de 90 dias. Relatórios ultrapassados podem não ser considerados válidos para efeito de avaliação da incapacidade.
  5. Assinatura e registro do médico especialista
    O laudo deve conter a assinatura legível do médico responsável e seu número de registro profissional (CRM – Conselho Regional de Medicina). Essa formalidade é necessária para garantir a autenticidade do documento e sua aceitação pelos órgãos oficiais.
  6. Detalhamento das limitações funcionais
    Este é um dos pontos cruciais para o INSS: o médico deve descrever de maneira clara e pormenorizada quais limitações a doença impõe ao paciente, tanto nas atividades laborais quanto nas atividades cotidianas. Isso envolve explicar se o paciente está incapacitado total ou parcialmente para trabalhar, quais movimentos ou tarefas ele não pode realizar, e como a doença compromete sua autonomia e qualidade de vida.

Por que o detalhamento das limitações faz diferença no pedido do benefício?

O simples diagnóstico da doença não é suficiente para a concessão do benefício por incapacidade. O INSS busca entender em que medida a enfermidade afeta a capacidade de trabalho do segurado. Portanto, o médico precisa evidenciar como as limitações físicas, mentais ou emocionais decorrentes do problema impedem o desempenho das funções habituais no emprego e as atividades diárias do paciente. Sem essa descrição, o relatório pode ser considerado incompleto ou insuficiente para justificar a necessidade do benefício.


Cuidados adicionais para um relatório médico eficaz

  • Evitar linguagem excessivamente técnica sem explicações claras, para facilitar a compreensão dos avaliadores do INSS que podem não ser especialistas na área.
  • Incluir prognóstico, quando possível, para indicar se a incapacidade é temporária ou potencialmente permanente.
  • Reforçar no documento a relação direta entre a doença e a incapacidade para garantir correlação evidente entre o diagnóstico e as limitações relatadas.

Perguntas frequentes

O relatório médico pode ser emitido por qualquer médico?
Não. Para que o INSS aceite o relatório, ele deve ser emitido por um médico especialista na área relacionada à doença apresentada. Médicos generalistas podem emitir primeiros relatórios, mas para a comprovação definitiva, o especialista tem maior peso técnico.

Por que o relatório precisa estar atualizado em até 90 dias?
O INSS exige que o laudo apresentado represente o quadro atual do paciente, para evitar decisões baseadas em informações obsoletas que não condizem com o estado real da doença e suas limitações.

O que fazer se o meu relatório não tem a assinatura do médico?
Relatórios sem assinatura e CRM do médico responsável podem ser desconsiderados pelo INSS, pois a assinatura é uma garantia de autenticidade. Nesses casos, será necessário solicitar um documento assinado.

Posso apresentar mais de um relatório médico?
Sim. Apresentar relatórios complementares de diferentes especialistas pode fortalecer o pedido, especialmente se a doença envolver múltiplos sistemas ou se houver necessidade de corroborar informações.

É obrigatório apresentar o CID no relatório?
Sim. O Código Internacional de Doenças é usado para padronizar o diagnóstico e facilitar a avaliação pelo INSS, sendo uma exigência para os relatórios.


Conclusão
Para que o pedido de benefício junto ao INSS tenha maior chance de ser analisado com rapidez e clareza, o relatório médico precisa respeitar uma série de requisitos essenciais. A atualização recente, a identificação completa do paciente, a expertise do especialista que elaborou o laudo, a base em exames e o detalhamento das limitações físicas e funcionais são elementos que não podem faltar. Além disso, a assinatura do médico e o uso do CID conferem autenticidade e precisão. Estar atento a esses pontos é fundamental para que o documento cumpra seu papel, evidenciando devidamente a condição que motiva o pedido e possibilitando uma avaliação técnica mais eficaz por parte do INSS.

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